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MMA: UFC Fight Night Dublin: McGregor vs. Brandão - Antevisão + Pesagens


Pela segunda vez a enlouquecida torcida irlandesa marcará presença num evento do UFC. Neste sábado, a bela O2 Dublin, na capital da Irlanda, será palco do UFC Fight Night: McGregor vs Brandão, evento que conta com quatro lutas no card principal.

O ídolo local Conor McGregor volta ao octógono depois de quase um ano de inatividade para enfrentar o brasileiro Diego Brandão na luta principal, em duelo de nocauteadores que visam o top 10 da categoria dos penas....

Na luta coprincipal, o talentoso islandês Gunnar Nelson busca sua quarta vitória no UFC contra o ex-TUF 17 Zak Cummings. Eles serão precedidos pelo aguardado confronto entre os empolgantes moscas Brad Pickett e Ian McCall. Na luta de abertura, o norte-irlandês Norman Parke encara o japonês Naoyuki Kotani, que retorna ao UFC após sete anos.

O card completo do UFC Fight Night: McGregor vs. Brandão é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-pena: Conor McGregor x Diego Brandão
Peso-meio-médio: Zak Cummings x Gunnar Nelson
Peso-mosca: Ian McCall x Brad Pickett
Peso-leve: Norman Parke x Naoyuki Kotani

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-pesado: Ilir Latifi x Chris Dempsey
Peso-mosca: Phil Harris x Neil Seery
Peso-médio: Cathal Pendred x Mike King
Peso-médio: Tor Troeng x Trevor Smith
Peso-meio-pesado: Cody Donovan x Nikita Krylov
Peso-mosca: Paddy Holohan x Josh Sampo

O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 13:30 horas do Brasil e 17:30 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Peso pena: Conor McGregor (IRL) vs Diego Brandão (BRA)

Sujeito de língua comprida, que adora provocar rivais, McGregor (14-2 no MMA, 2-0 no UFC) mostra no octógono que o hype é seguido de talento. Na estreia, dizimou Marcus Brimage em 67 segundos. Em agosto do ano passado, dominou Max Holloway por três rounds na primeira luta de sua carreira que terminou na leitura das papeletas dos juízes – das outras 13 vitórias, 12 aconteceram por nocaute, dez no primeiro round, e uma por submissão.

A maioria da carreira de McGregor foi baseada no boxe, modalidade de muita tradição na Irlanda. O “Notório” tem jogo de pernas fluido, soca de todos os ângulos imagináveis e possui poder de nocaute diferenciado para a categoria. Porém, em sua última luta, mostrou duas facetas muito importantes para quem deseja ser campeão do UFC: raça de lutar mais da metade do tempo com o joelho lesionado e o grappling, especialmente com quedas e controle posicional, que lhe salvaram quando a contusão o impossibilitou de ter base sólida em pé.

Desde que apareceu no UFC como campeão da forte temporada 14 do reality show The Ultimate Fighter, Brandão (18-9 no MMA, 4-2 no UFC) tem tido dificuldade quando o nível da competição aumenta. Logo após o TUF, ele sucumbiu ao wrestling de Darren Elkins. Venceu Joey Gambino, Pablo Garza e Daniel Piñeda, mas voltou a tombar ao ser brutalmente nocauteado por Dustin Poirier.

Faixa preta de jiu-jítsu de origem, Diego desenvolveu o boxe nos treinos com Mike Winkeljohn desde que passou a integrar a equipe de Greg Jackson, em 2008. O “Ceará” tem um instinto finalizador aguçado, que lhe rendeu nove vitórias por nocaute e outras cinco por submissão. O queixo resistente e a coragem são partes fundamentais de sua estratégia quando atrai os oponentes para a troca de golpes na curta distância. Porém, o condicionamento físico não é um aliado – o cansaço rendeu a derrota para Elkins e complicou o fim da luta com Piñeda.

O QI de luta deve ser um fator decisivo neste combate. Diego cresce quando transforma os combates em pancadaria, principalmente no primeiro round, mas Conor tem grande vantagem na envergadura e é técnico o suficiente para controlar a distância e negar a agressividade do brasileiro. A maior chance para Brandão será explorar a deficiência do jiu-jítsu defensivo do irlandês, porém é difícil imaginar que ele consiga evitar a guerra na troca de golpes. Sendo assim, McGregor deve vencer por nocaute até o terceiro round.

Peso meio-médio: Gunnar Nelson (ISL) vs Zak Cummings (EUA)

Um dos mais talentosos prospectos do UFC em qualquer categoria de peso, Nelson (12-0-1 no MMA, 3-0 no UFC) vem enchendo os olhos dos fãs com seu jogo versátil orientado à finalização de lutas. Em três compromissos no octógono, submeteu DaMarques Johnson e Omari Akhmedov com facilidade. Entre ambas, passou por Jorge Santiago na decisão, também sem passar por problemas. Entre Santiago e Akhmedov, um problema no joelho o deixou um ano afastado.

A parceria entre as equipes Mjölnir, da Islândia, e a SBG Ireland juntou os camps de Nelson, McGregor, Cathal Pendred e Paddy Holohan, todos lutadores que estarão em ação neste sábado. A união aumentou a qualidade dos treinos do jovem fenômeno das terras geladas do norte da Europa. Com base no caratê, Gunni tem um arsenal ofensivo em pé difícil de ser marcado. Porém, é na luta agarrada que ele assombra. O faixa preta de Renzo Gracie, que foi medalha de bronze no ADCC na categoria absoluto, tem um jogo muito dinâmico no chão, com incrível facilidade para finalizar lutas.

Depois de uma passagem apagada pelo TUF 17, quando foi eliminado nas quartas de final por Dylan Andrews, Cummings (17-3 no MMA, 2-0 no UFC) aproveitou a oportunidade dada pelo UFC como meio-médio, sua terceira categoria. O texano conquistou o bônus de submissão da noite ao pegar Ben Alloway num triângulo de mão em agosto passado. Em seguida, negou o jiu-jítsu de Yan Cabral e tirou a invencibilidade do brasileiro com uma vitória por decisão.

Wrestler de origem, embora sem maiores resultados em nível nacional, Cummings passou a treinar jiu-jítsu depois que uma contusão o impediu de seguir nas competições universitárias. Na Springfield Fight Club ele também passou a treinar kickboxing, arma que foi fundamental no rápido nocaute sobre Nik Fekete, na fase eliminatória do TUF. Porém, é na luta agarrada que seu jogo é baseado. E isso não é nada bom para o confronto deste sábado.

Embora o americano seja um grappler competente, que conquistou nove vitórias por submissão e deu conta de neutralizar Cabral, Nelson está em outro nível. A diferença técnica entre Gunni e Zak em pé é notável e é acentuada no chão. Como o americano não deverá contar com o cansaço do oponente, como aconteceu na vitória sobre Yan, o mais provável é que Nelson não leve mais do que um round e meio para conquistar sua nona vitória por submissão.

Peso mosca: Brad Pickett (ING) vs Ian McCall (EUA)

Peso galo por quatro anos, nas passagens por WEC e UFC, Pickett (24-8 no MMA, 4-3 no UFC) confirmou o que os europeus já sabiam: é um dos mais empolgantes lutadores do MMA mundial, tendo embolsado quatro bônus de luta da noite e um de nocaute em sua carreira no UFC. Depois de vencer metade das seis lutas disputadas no UFC, Pickett resolveu baixar de categoria para uma última tentativa de cinturão. A estreia foi dura e ele precisou de armas pouco utilizadas para bater o estreante Neil Seery, que substituiu o próprio Ian McCall, contundido.

O boxe sempre foi a principal ferramenta do “One Punch”. Ele costuma confiar no queixo de granito para atrair os oponentes para a pancadaria aberta na curta distância e dar trabalho mesmo aos integrantes da elite – antes de ser finalizado por Renan Barão e Michael McDonald, Brad ofereceu alguns momentos de pânico para os oponentes quando conseguiu encurtar a distância. Nos últimos tempos, Pickett tem mostrado evolução na transição para a luta agarrada, usando bem as quedas e o controle posicional no solo, como quando se salvou contra Seery.

Quando o UFC abriu a categoria dos moscas, McCall (12-4-1 no MMA, 1-2-1 no UFC) era o número um do mundo. Ele poderia ter disputado o cinturão se não fosse uma trapalhada da comissão atlética australiana, que anotou empate na eliminatória contra Demetrious Johnson sem dar o quarto round de desempate. Na ocasião, provavelmente McCall teria vencido, visto que empatara a luta com um 10-8 no terceiro assalto. Na revanche, Johnson começou a mostrar porque se tornaria um dos melhores lutadores peso por peso e não deu chances ao ex-campeão do Tachi Palace Fights.

Problemático e talentoso, McCall já foi preso e quase morreu por overdose de drogas. Aluno de Colin Oyama no muay thai e de Giva “Colecionador de Braços” Santana no jiu-jítsu, ele é um lutador que se vira bem em qualquer aspecto e é guiado pelo enorme coração e certa falta de senso de responsabilidade, o que, inclusive, lhe confere o status de lutador popular, já que toda luta sua é uma prévia da Terceira Guerra Mundial.

Esta é, sem dúvida, a mais equilibrada luta do card principal de Dublin, muito pelos estilos de luta que se complementam. Pickett é superior na troca de golpes, mas McCall não tem medo de cara feia e é praticamente “inocauteável”. Já a luta agarrada é favorável ao americano, que aplicou quedas de toda sorte, inclusive suplês, contra Demetrious Johnson.

Os fãs podem esperar um pouco de tudo nesta luta: troca alucinada de socos, chutes e joelhadas em pé, quedas e tentativas de finalização, tudo em ritmo alucinante. Mais bem acostumado com o corte de peso, Pickett deverá manter o ritmo pelos três rounds, o que é imprescindível contra o incansável McCall. Porém, nada garante vitória para nenhum lado. Apenas para não ficar em cima do muro, vamos de McCall por decisão em mais uma guerra bonificada com a luta da noite.

Peso leve: Norman Parke (NIR) vs Naoyuki Kotani (JAP)

Desde que conquistou o título do TUF Smashes, Parke (19–2–1 no MMA, 3-0-1 no UFC) vem construindo um sólido cartel no UFC. Ele venceu Colin Fletcher na final do reality, Kazuki Tokudome e Jon Tuck em decisões dominantes antes de vir a Natal. Na ocasião, uma péssima arbitragem de Wernei Cardoso lhe deduziu incorretamente um ponto que acabou lhe custando a vitória, resultando num empate injusto contra Leo Santos.

Nas duas primeiras vitórias no UFC, o jogo de forte pressão no clinch e no solo foi o carro-chefe de Parke, assim como tinha acontecido durante o TUF. Judoca de origem, com experiência na luta olímpica estilo livre, o norte-irlandês mostrou contra Tuck que também sabe boxear, mesclando um bom jogo de pernas com combinações num ritmo muito forte. Esta nova faceta, além de ser útil na condução das lutas, ainda possibilita a Parke novas abordagens para chegar ao clinch. A evolução na troca de golpes deixa o “Stormin’” numa posição privilegiada em relação a outros vencedores do reality show.

Salvo alguns raros fãs que ainda acompanham o MMA japonês, especialmente o Vale Tudo Japan, quase ninguém conhece Kotani (33–10–7 no MMA, 0-2 no UFC), ainda que ele tenha passagem anterior de duas lutas no UFC em 2007, num tempo em que as preliminares não eram exibidas. Na ocasião, ele sofreu uma derrota para Thiago Tavares e um nocaute violento contra Dennis Siver. Desde então, o único ocidental que Kotani enfrentou foi Jorge Masvidal, que o venceu em 2010.

Apesar do nível da oposição, Kotani retorna ao UFC ostentando série invicta de 13 vitórias, a maioria por submissões de todo tipo. Seu ponto forte é o jogo de chão, mas, como é comum aos lutadores de seu país, ele é unidimensional. Apesar da larga experiência, o japonês tombou sempre que cruzou o caminho de atletas mais fortes.

Caso não aconteça uma surpresa enorme, esta luta é até relativamente fácil de prever. É pouco provável que Kotani derrube Parke. Se o duelo chegar ao solo, será com o norte-irlandês por cima. Por mais que o japonês seja bom atacando por baixo, dificilmente ele terá espaço para trabalhar sob a pressão sufocante de Parke. Em pé, a diferença técnica é grande em favor do europeu. As chances de Kotani vencer são remotas e a aposta é que Parke consiga sua primeira interrupção no UFC através de um nocaute técnico.

Antevisão original de MMA-Brasil 

-------------------------------------------Pesagens -----------------------------------------


Nitroglicerina pura. Assim pode ser descrita a pesagem e a encarada entre os pesos-penas Diego Brandão e Conor McGregor, que farão a luta principal do UFC Dublin, que acontece às 17h30m deste sábado, na Irlanda. Primeiro a subir ao palco, Brandão fez cara de poucos amigos e provocou o público que lotava a arena. Muito vaiado, o brasileiro bateu o peso e ficou à espera de McGregor. O irlandês subiu ao palco enrolado na bandeira irlandesa, para delírio do público e, antes de se pesar, arremessou seu boné em direção ao brasileiro. Após bater o peso, o lutador partiu para cima de Brandão, e precisou ser contido por Dana White durante todo o tempo.

Após a encarada, ao ser entrevistado, Diego Brandão provocou ainda mais o irlandês e o público.

- Vou destruir o Conor amanhã e vou levar isso para o Brasil - disse, debaixo de muitas vaias. Após, nas redes sociais, Dana White revelou que Brandão lhe disse, antes da chegada de McGregor, o seguinte: "Se você deixar esse filho da p*** chegar perto de mim, eu acerto uma cabeçada nele".

Ao chegar sua vez de ser entrevistado, McGregor arrancou o microfone das mãos do apresentador e se dirigiu ao público.

- Amanhã vou cortar a cabeça dele, e vou levar a cabeça de cada um dos pesos-penas para casa - arrancando gritos e aplausos dos presentes.

No restante da pesagem o clima foi quase todo de cordialidade e homenagem aos irlandeses. A única outra encarada que teve clima tenso aconteceu entre os pesos-leves Norman Parke, da Irlanda, e Naoyuki Kotani, do Japão. Após fotografar o público com um óculos especial, Parke bateu o peso e, na encarada, aproximou-se demais do japonês, com os braços abertos. Kotani sorriu e fez sinal para que o rival se afastasse. Parke também foi afastado por Dana White.

Uma encarada curiosa aconteceu entre os pesos-moscas Brad Pickett e Ian McCall. Os dois subiram ao palco com calções alusivos à Irlanda: McCall com a peça com as cores da bandeira e Pickett com o calção com trevos de quatro folhas. Na encarada, ambois fizeram poses de boxeadores do século XIX.

Único lutador que não bateu o peso, o americano Josh Sampo ultrapassou em 200g a tolerância de uma libra - ou 0,464kg - logo na luta de abertura do card preliminar. O lutador voltou após o término da pesagem e, na segunda medição, atingiu o peso de 57,2kg, evitando a multa de 20% no valor da bolsa.

CARD PRINCIPAL

Peso-pena (até 66,3kg): Conor McGregor (66,2kg) x Diego Brandão (66kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg): Gunnar Nelson (77,3kg) x Zak Cummings (77,6kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Brad Pickett (57,2kg) x  Ian McCall (57,2kg)
Peso-leve (até 70,8kg): Norman Parke (70,5kg) x Naoyuki Kotani (70,5kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Ilir Latifi (93kg) x Chris Dempsey (92,5kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Phil Harris (56,9kg) x Neil Seery (57,2kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Cathal Pendred (84,4kg) x Mike King (84,1kg)
Peso-médio (até 84,4kg): Tor Troeng (83,9kg) x Trevor Smith (84,1kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg): Cody Donovan (93kg) x Nikita Krylov (93kg)
Peso-mosca (até 57,2kg): Paddy Holohan (56,9kg) x Josh Sampo (57,4kg) *

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