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Análise e Pensamentos do WWE RAW: STINGER


O Análise e Pensamentos do WWE RAW avalia o semanal mais famoso da WWE, classificando todos os combates e segmentos tendo em conta a sua qualidade. Na edição desta semana, relembramos um RAW perfeito - ou seria quase-perfeito (?) -, candidato a show do ano, que apresentou regressos de Sting e dos Dudley Boyz, e uma série de implicações pós-Summerslam que prometem reavivar os próximos meses do mundo do wrestling.



Um homem chamado Sting

Enquanto Triple H e Stephanie McMahon cantavam parabéns a Vince, e Seth Rollins demorava-se a falar sobre absolutamente nada, uma certa pessoa esperava dentro de uma caixa.

Um homem chamado Sting.

Isso foi perfeito.

Eu não quero ouvir falar sobre questões de idade (embora seja algo pertinente), sobre o fato de ele ter perdido para Triple H na Wrestlemania 31 (que também é algo pertinente) ou ainda sobre estar tirando a possível posição de uma jovem estrela disputar o cinturão mundial. Eu não quero ouvir nada disso porque Sting é o único no roster da WWE que consegue ser tão apelativo para mim que deixo de lado, completamente, a razão e a lógica. Não consigo raciocinar, sequer. Acredito que a isto chama-se "mark out".

Um homem chamado Sting.

O seu regresso também funciona para a storyline. Ele é um vigilante, afinal, o homem que não consegue suportar injustiças no WWE Universe. Toda vez que Rollins rouba uma vitória e mantém-se WWE World Heavyweigt Champion, é como um desafio para o Icon ressurgir e trazer, talvez, justiça.

Ele voltou para fazer justamente isto e vai enfrentar Rollins pelo cinto mundial no main event do Night of Champions. Eu não poderia estar mais feliz.

Além disso, todo esse segmento - e a forma como foi apresentado - foi excelente. Rollins me irritou profundamente porque EU SABIA que Sting iria voltar e queria-o o mais breve possível. Mas, devido a uma promo do campeão que pareceu durar a eternidade, isso tardou. Foi, contudo, muito doce quando o vigilante apareceu para acabar com o campeão mais irritante da história da companhia.

Continue trabalhando essa história exatamente desse modo, WWE. Eu estou amando.


As pessoas têm aquilo que merecem

A WWE contou uma história excelente com Jon Stewart no Summerslam e no RAW, concordam?

O antigo apresentador do Daily Show acertou John Cena com uma cadeira no Summerslam, provando-se um subsídio enorme para Seth Rollins e custando a Cena ambos United States Championship e o WWE World Heavyweight title. A minha preocupação inicial era que não seria dada uma boa explicação para tal mas, pelo menos uma vez na vida, subestimei a WWE.

Eles nos deram a melhor explicação possível.

Stewart, veja, é um fã como o resto de nós. Uma vitória de Cena significaria um empate com o recorde de títulos mundial de Ric Flair e Stewart, como fanático, odiaria ver isso ocorrendo. Mas, diferentemente de todos os outros fãs, ele tinha condições de fazer algo. Ele podia interferir e impedir que isso ocorresse.

E foi exatamente isso que ele fez.

Então, o próprio "Nature Boy" apareceu no RAW - para uma alegria enorme de Stewart, que parecia ver um herói na sua frente - para dizer que respeita John Cena e tudo o que este conquistou na sua carreira. Recordes são feitos para serem quebrados e se alguém terá de fazê-lo, Flair prefere que seja alguém que trabalhe duro, como John Cena.

Na sequência, Cena veio ao ringue cheio de ódio para com Stewart. Ele apontou o fato de que, ao interferir na luta, Stewart diretamente definiu o vencedor, dando os títulos para um covarde como Rollins e, no processo, findando uma das melhores coisas que tivemos no ano: o US Title Open Challlenge.

Agora Seth Rollins, aquele idiota, tem ambos os títulos e a Autoridade controla totalmente a situação. Devido a intervenção do apresentador, tudo recai sobre os ombros de Cena para, uma vez mais, limpar a sujeira.

Então Cena aplicou um AA em Jon Stewart. Vocês sabem o que achei disso? Ele mereceu.

Me critiquem, smarks!

Mas agora, a sério, isso foi fantástico do início ao fim. O storytelling esteve em alta e todos tiveram excelentes prestações nas promos. Stewart até sofreu o bump do AA e ficou a vendê-lo até chegar ao backstage.

Segmento incrível.


A Revolução de Divas é um mistério

É fenomenal a forma como a WWE tem, semana após semana, encontrado novas formas de fazer o booking da divisão de Divas parecer patético.

Desta vez, colocaram o time PCB no Miz TV para dizer coisas ridículas como Charlotte a afirmar que os Four Horsemen são a maior facção de todos os tempos na WWE, que é uma empresa da qual os Four Horsemen nunca fizeram parte. A situação ficou pior quando o time Bella veio juntar-se a festa, compartilhando a série de frases idiotas, como Nikki Bella a dizer que "vitórias e derrotas não importam" para logo em seguida contradizer-se ao afirmar que vai se tornar a Divas Champion com maior reinado dentro de 15 dias.

Este foi só o início. O segmento foi todo uma sucessão de queda de qualidade (nunca rumou em uma melhora) e, por isso, tudo ainda ficou pior. Os dois times, então dentro do ringue, começaram a discutir da forma mais irritante possível, de uma maneira que quem fizesse-os calarem-se ficaria muito over com o público. Naturalmente, foi The Miz o responsável por tal, trabalhando a sua frase - "quando eu levantar o meu braço, vocês calam a boca" - e recebendo um enorme pop. Créditos a Miz por fazer os fãs de idiota ao mencionar que eles também deveria ficar calados.

O script deste segmento foi tão mal executado que The Miz era o único minimamente aprazível em tudo isso. Os fãs começaram a cantar por Sasha, que nem sequer estava na entrevista.

Miz avançou com o heat e provocou o Time PCB, que irou-se contra ele. Seria satisfatório ver Miz apanhar das moças, mas o time Bella estragou tudo e atacou suas adversárias, levando a outra luta de trios que ninguém queria ver.

A luta foi outro desastre.

O trabalho em ringue não foi péssimo, mas, convenhamos, depois do pior Miz TV de todos os tempos, ninguém dava a mínima para o que viesse a seguir. Assim, os fãs começaram a entreter o telespectador muito mais do que o combate, cantando "we are awesome" e ignorando tudo o que acontecia no ringue. Para piorar, os comentaristas chamaram a atenção para o que ocorria no público, tirando ainda mais a atenção da luta.

No final disso tudo? A revolução de Divas - se já não estava - ficou parecendo uma completa piada. Sasha Banks teve um dos melhores combates femininos da história da WWE dois dias antes do RAW e sequer apareceu no show. O público cantou o nome dela, talvez o único cântico relacionado a divisão feminina durante toda a participação das lutadoras no programa.

Mais tarde, Brie Bella, Nikki Bella e Paige culparam os fãs por pedirem mudanças e, quando estas ocorreram, ficarem a desrespeitar os combates/segmentos. Elas não estão totalmente erradas, mas a crítica é completamente fora de foco.

De qualquer forma, a revolução de divas já está morta. É triste.


O melhor do resto do show

Bolieve: Aquele promo do Paul Heyman foi uma típica "Promo do Paul Heyman". Acho que nunca vou cansar de ouvi-lo fazer "Promos do Paul Heyman". Este segmento do Brock Lesnar foi bom para satisfazer aqueles fãs que não gostaram do final do Summerslam. Eu faria um segmento exatamente como este, com Bo Dallas a trollar a besta e Brock a portar-se como um legítimo face ao dar ao público aquilo que ele quer: sempre um suplex a mais. Foi divertido.

New Day vs. Lucha Dragons: Chegamos a um ponto onde a divisão de equipes não conta histórias, mas apenas compila vários times a fazerem coisas entretidas enquanto se combatem entre si. Para mim, está bom desta forma.

Retorno dos Dudley Boyz: Eu não sei se precisamos dos Dudley Boyz de volta na WWE, mas foi, de fato, muito divertido tê-los a regressar em frente a um público insano como o do Brooklyn. Esse retorno define o que é entretenimento no wrestling. Quando os Dudleys saíram da WWE há 10 anos, não havia times com os quais não tivessem competido. Hoje, todos são times novos, inéditos neste sentido. Essa vai ser uma bela jornada de nostalgia.

Roman Reigns & Dean Ambrose vs. Bray Wyatt & Luke Harper: A WWE seguiu a mesma fórmula dessas lutas Wyatts vs. Reigns e Ambrose. Por que? Porque é entretida e porque funciona sempre. Reigns sempre é posicionado como o hot tag nestes combates. Desta vez, ao entrar em ringue, Reigns deparou-se com um animal insano parecido com Bray só que maior e mais forte. A Wyatt Family está de volta com uma versão melhorada de Eric Rowan. O nome do novo integrante é Braun Stowman e ele é um antigo Strongman. Vamos ver como isso se segue.

ATAQUE: Stardust atacou King Barrett sem razão alguma e depois Neville atacou Stardust por causa de uma feud. Pro wrestling!

8 Man Tag Team Match: Podemos dar o crédito a WWE devido a este combate, mesmo que ele tenha o mesmo estilo de booking da divisão de Divas. Um grande número de lutadores precisavam estar no show e não havia melhor meio para tal, então, simplesmente, jogam-se todos eles numa peleja para resolver as coisas. Eu gostei do final com Kevin Owens e Rusev a tratarem Big Show como um estúpido e depois juntarem-se como um time. A dupla Owens e Rusev é algo que nunca me passou pela cabeça, mas que, se ocorrer, será fenomenal. Então, porque isso é a WWE, os quatro babyfaces viram Big Show machucado, humilhado e sozinho, abandonado pelo seu time, e resolveram destruí-lo completamente. Um clássico.

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Classificação: O segmento de Divas foi péssimo em todos os sentidos. A nota deste segmento é F. Eu simplesmente adorei o restante do show e, devido a isso, não vou deixar as Divas estragarem a minha classificação. Se elas não tivessem saído-se tão mal, entretanto, a minha nota deste RAW seria A+. A


Original de Geno Mrosko, com tradução de Johnmds
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