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Queen Of The Ring #4 - La Primera Lucha

Hoje vou fugir do meu tema habitual, da minha comfort zone se assim lhe quiserem chamar, e vou falar, pela primeira vez, da companhia/show de wrestling mais falada do momento, sim essa que faz eco desde Boyle Heights na Califórnia, Lucha Underground. 


A minha procura por companhias “alternativas”, subentende-se alternativa a quê, já vem de há alguns anos maioritariamente por uma aguçada curiosidade e por, chamemos-lhe, necessidade de algo mais. Algo diferente. Algo inovador. Por estas andanças de procura de outros territórios tornei-me especialmente fã de PWG, uma companhia que até agora nunca me desiludiu e continua a ser uma das minhas favoritas. No entanto era impossível ignorar o quanto a Lucha Underground se tornou popular e aclamada e eu tinha de ver por mim própria de onde vinha tanto hype em relação a este franchise. Assim sendo, aqui vamos a uma espécie de first impression da Lucha Underground.

A arena é o primeiro ponto que tenho de focar, porque todos sabemos da importância de ter o cenário perfeito. O templo que se apresenta com luminosidade reduzida e o foco no ringue, com um ar de puro underground, fazendo jus ao seu nome, onde tudo em redor pode ser usado durante um combate, é o espaço que faz a conexão perfeita entre o show, o público e o produto desta companhia. Não há grandes efeitos nem grandes adereços, apenas o essencial, um cenário quase nu e cru, reflectindo a dureza daquilo que se passa dentro desta arena ou templo. É perfeito e a proximidade entre o público e o ringue é algo que também aprecio, permite aos fãs sentirem que fazem parte do espectáculo e não apenas serem meros espectadores. 


E todo este cenário assenta, a meu ver, na primeira impressão que tiro de Lucha Underground que é uma espécie de clube de luta quase ilegal. Um clube secreto onde não chegam todos e onde só subsistem os mais fortes e mais dignos. Todos lutam como que a escalar uma montanha para ser o melhor. Também a forma como as diferentes lutas vão sendo anunciadas aqui e ali e mudanças repentinas de estipulações ou adição de lutadores a um determinado combate, aliam um perfeito sentido de caos a uma imprevisibilidade que como fã de wrestling certamente aprecio porque isso é um factor, pelo menos para mim, muito importante e algo perdido nas companhias mais badaladas.

Sem dúvida que as promos, principalmente dos segmentos mais trabalhados para mim foram uma surpresa agradável porque tornam esta franchise difícil de definir porque, é uma companhia de wrestling, mas parece uma série com as diversas apresentações que vão sendo feitas no desenrolar das storylines. Uma coisa que me cativou nessas apresentações foi o facto de parecerem extremamente bem feitas, bem conseguidas, digo melhor, parecem ser “reais” no sentido da naturalidade com que foram filmadas e quão bem resultam.

E finalmente a melhor parte, as luchas. Apesar de já ver wrestling há vários anos penso que não seria fácil fazer uma compilação de lutas tão poderosas como aquelas que são apresentadas neste templo. Basicamente temos tudo aquilo que qualquer entusiasta e fã de wrestling poderia querer, atletas de qualidade, tanto masculinos e femininos e aqui faço um parênteses para revelar que é muito positivo, a meu ver, ter talentos femininos a competir ao mesmo nível, em igualdade, com os talentos masculinos, sem deixarem nada a desejar. 


Muitas estipulações que uma pessoa adora ver e infelizmente noutros lados não vê tão frequentemente, steel cage match, casket match, ladder match, um absolutamente incrível Aztec Warfare match pelo primeiríssimo Lucha Underground Championship, falls count anywhere match, entre muitos outros combates absolutamente fenomenais mesmo sem estipulações. Histórias contadas dentro do ringue, do início ao fim dos combates.

Além disso, aqui, há diversas inovações e algumas bem destacadas nomeadamente o facto de termos equipas não de 2 mas de 3 elementos para os quais foi criado o Lucha Underground Trios Championship. É uma grande diferença em relação ao "habitual" e que na minha ideia resulta perfeitamente e é extremamente lógico, porque se são 3 então é natural ser um título de trios (e não, não estou a querer mandar bocas para outro lado!). O que sempre mais me entusiasmou em lutas de equipas é o caos que reina, uma espécie de pessoas a aparecer de todo o lado do nada e esse efeito é ainda melhor conseguido com trios do que com duplas. 


Um outro destaque tem de ser o Gift of The Gods Championship, basicamente um título que garante a oportunidade por um combate pelo título principal da Lucha Underground em qualquer altura, eu sei que isto faz lembrar alguma coisa, mas aqui as coisas são bem feitas e não há o chamado wasteland que se vê nessa outra paragem que estão precisamente a pensar. A "construção" do título por assim dizer foi fantástica, a união de 7 medalhões representativos das sete tribos dos Astecas e que juntos, num só título, dão ao seu portador um “gift of the gods” pela possibilidade de lutar pelo título soberano. A primeira etapa era a conquista de um medalhão que dava acesso ao combate final onde se soube seria pelo recém criado Gift of The Gods Championship. Isto para mim foi de uma elaboração tremenda que encaixa na perfeição em todo o ambiente misterioso que a Lucha Underground apresenta.

As lutas são fantásticas, as promoções ao longo dos episódios são igualmente cativantes, e todas as storylines desenvolvidas juntamente com a originalidade na criação dos títulos em vigor transformam um puzzle grandioso onde todas as peças encaixam na perfeição e é um deleite poder assistir a isto tudo. É de uma originalidade soberba. 

Todos os episódios que vi, mais a adição da recém estreada segunda temporada fizeram de mim uma nova fã de Lucha Underground. Fiquei efectivamente “agarrada” e vou querer ficar para ver mais do que aí vem e aconselho vivamente a quem ainda não viu a fazê-lo rapidamente, because you are missing out.
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